Review: Musical LYSON GASTER NO BOROGODO Pays Tribute to Acclaimed Revue Theater Actress

By: Dec. 04, 2019
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Review: Musical LYSON GASTER NO BOROGODO Pays Tribute to Acclaimed Revue Theater Actress

The play portrays the career of actress Lyson Gaster, stage name of Augustine Belber Pastor, Spanish created in Piracicaba, who with his revue theater company traveled Brazil in the 1920s, 30s and 40s to great success. The show stays until December 15 at Teatro Alfredo Mesquita, then continues season from January 18 to February 15 at the Teatro Italia.

É bem provável que o pessoal do teatro musical de hoje nunca tenha ouvido falar em seu nome. Para nossa sorte, dedicados pesquisadores do gênero conseguiram recuperar parte da memória cultural brasileira e colocaram foco em Lyson Gaster. Para homenagear a atriz e cantora nascida na Espanha e criada em Piracicaba, no Interior de São Paulo, depois naturalizada brasileira e que se consagrou nas décadas de 1920 a 1948, a peça Lyson Gaster no Borogodó faz duas temporadas na cidade: de 6 a 15 de dezembro no Teatro Alfredo Mesquita e de 18 de janeiro a 15 de fevereiro no Teatro Itália.

Com pesquisa de Maria Eugenia de Domenico, dramaturgia de Fábio Brandi Torres, direção e figurinos de Carlos ABC, produção e cenários de Marcos Thadeus e direção musical de Tato Fischer, o espetáculo tem a proposta de retratar aspectos da vida da atriz Lyson Gaster, revigorando fatos importantes dos palcos brasileiros e resgatando parte da história cultural do País. Por seu talento e coragem, ela foi elogiada por artistas e críticos como Procópio Ferreira, Henriette Morineu, Pedro Bloch, Rachel de Queiroz, Paschoal Carlos Magno, Eva Todor, Mario Lago e Nelson Rodrigues, entre outros. No palco estão oito atores - Bruno Parisoto, Felipe Calixto, Alexia Twister, Tiago Mateus, André Kirmayr, Marcos Thadeus, Giovani Tozi e Patrick Carvalho. A música ao vivo fica por conta dos músicos Tato Fischer ao piano e Henrique Vasques no acordeom e cajón.

Review: Musical LYSON GASTER NO BOROGODO Pays Tribute to Acclaimed Revue Theater Actress
Photo Divulgação / Sillas H

Piracicabano, o produtor e mestre em teatro Marcos Thadeu alimentava o desejo de montar um espetáculo sobre Lyson Gaster há mais de 20 anos, quando foi apresentado à história da artista pelo diretor Carlos ABC, também piracicabano. Assim, tratou de encomendar a pesquisa para montar "um genuino musical brasileiro". Maria Eugenia de Domenico nunca tinha ouvido falar em Lyson Gaster e, pesquisando, ficou impressionada com a importância que a artista teve. Eugenia ressalta a dificuldade de conseguir documentos ao vasculhar um passado completamente esquecido.

"Quando se consegue os textos, eles encontram-se em estado precário, ilegíveis pois não foram digitalizados, sendo comidos por traças. Alguns, datilografados, não consegui ler". Eugenia descobriu uma Lyson dramaturga também, que assinou textos sozinha e com o segundo marido, Alfredo Viviani. "Tivemos sorte e conseguimos um dos últimos textos escritos por ela, A Mimosa Roceira, que tem trecho incluído na peça". Nesta tarefa árdua, foi fonte de informação importante o livro De pernas para o ar: O teatro de revista em São Paulo, Coleção Aplauso, da diretora e doutora em teatro Neyde Veneziano. Estudiosa do teatro musical, Veneziano já havia resgatado parte da trajetória da artista e de outros pioneiros hoje esquecidos, mas que prepararam o palco e a plateia paulista para as produções musicais de hoje. "É um livro maravilhoso", afirma.

"Ela era a estrela da companhia que tinha o seu nome, às vezes só Companhia Lyson Gaster, às vezes Companhia de Comédia Lyson Gaster", empolga-se Eugenia ao contar a história. "Ela exercia uma liderança absurda, era uma companhia grande, eles viajavam o Brasil todo, não só o interior de São Paulo", continua. "Imagine, naquela época não havia teatro nas cidades, a companhia montava os espetáculos em cinemas, que geralmente possuíam palcos. Ao lado do segundo marido, ela foi desbravadora, corajosa e conseguiu ganhar dinheiro, formou os dois filhos (um em Engenharia, outro em Medicina), que moravam em São Paulo com os avós. Foi absolutamente bem-sucedida, empregava as duas irmãs com os maridos e o irmão na companhia, numa composição familiar. Trabalhou por 30 anos, faleceu aos 74 e quando parou de trabalhar, tinha duas casas - uma no Rio de Janeiro, outra em Teresópolis".

Sobre a direção:

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Alexia Twister
Photo by Sillas H

A encenação de Carlos ABC tem cenas de humor, músicas, figurinos e cenários tipícos. Personagens revisteiros permeiam a narrativa, como caipiras, portugueses, coristas e vedetes. "Tudo o que representa o Teatro de Revista e suas convenções estão preservadas na montagem", informa Carlos. As músicas, clássicos populares da época, ilustram a temática e ajudam a tornar leve o desenrolar dramático. A cenografia conta com telões de grandes dimensões - 8m por 4,5 de altura - e a indispensável escadaria, peça característica do teatro de revista, entre outros elementos cênicos que entram e saem, de acordo com as cenas. Carlos ABC, que também assina o figurino, conta que as peças "seguem os modelos da época e convidam o público a um mergulho no passado, já que o espetáculo expõe passagens da vida da atriz e do aspecto alegórico do teatro dentro do teatro de revista, da magia dos musicais".

Sobre a dramaturgia:

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André Kirmayr
Photo Sillas H

O dramaturgo, diretor e tradutor Fábio Brandi Torres também confessa que antes de começar a escrever o texto da peça não conhecia nada sobre Lyson Gaster, ainda que tenha estudado a fundo o Teatro de Revista. "O mergulho no universo desconhecido de Lyson, de sua carreira e de sua companhia, teve a vantagem de ter a pesquisa de Maria Eugenia de Domenico como guia, com uma estrutura muito bem concebida, incluindo indicações de músicas (Chiquinha Gonzaga, por exemplo) e textos (Artur Azevedo, Max Nunes etc.)". A partir do trabalho de Maria Eugenia, Fábio começou sua pesquisa ouvindo programas de rádio da época, músicas, lendo textos de peças e de estudos. "Com este material em mãos, foi um prazer desenvolver esta peça, tendo a liberdade de contar a história de uma mulher profundamente apaixonada por sua arte, que se dedicou a levar a companhia que criou para todos os cantos do país". "Acho que esse é um ponto importante para destacar, porque é um fato revelador desse amor pelo teatro e que precisa ser destacado, já que vivemos uma época em que ele já não faz mais parte da vida das pessoas e já não existem companhias que se dedicam a viajar pelo país. Existem algumas produções que conseguem rodar algumas capitais, mas até isso já é cada vez mais raro. Outra grande questão que o espetáculo traz é o quanto é efêmera essa arte. Lyson marcou sua época, foi um nome aclamado por onde passava e hoje, poucos se lembram de seu nome ou mesmo o conhecem. Por sorte, Marcos e Maria Eugenia se lembraram".

Sobre a direção musical de Tato Fischer:

Para o roteiro musical, Tato Fischer garimpou preciosidades como Rua do Ouvidor, usada na trilha da peça A Capital Federal (1926), de Arthur Azevedo, e reutilizada por Flávio Rangel na montagem der 1972, que o próprio Tato já incluíra em 1985 em A Fantasia, também de Arthur Azevedo. Do cancioneiro brasileiro, No Rancho Fundo e Luar do Sertão também estão na trilha. "Tenho um largo interesse no Teatro de Revista, paixão desde sempre pelo meu trabalho como ator e diretor teatral. Depois fui me aprofundando na área e cheguei a fazer, como ouvinte, um curso na USP, com Neide Veneziano, doutora na área, com quem montei, em 1993, a revista musical Os Sonhos Mais Lindos, de Perito Monteiro".

Sobre Lyson Gaster:

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Photo Divulgação / Sillas H

Filha de imigrantes espanhóis que chegaram em Piracicaba no final do século 19, casou-se ao 17 anos e logo teve filhos. Separada, mudou-se para São Paulo com os pais e trabalhou como modista num ateliê da rua Conselheiro Crispiniano, onde conheceu artistas de teatro que a levaram para o palco. Pisou no tablado pela primeira vez em 1919, na época dos discos de 78 rotações, adotando o nome artístico que tomou emprestado de uma personagem de um romance francês. Ligou-se a várias companhias de teatro, com as quais viajou pelo Interior de São Paulo, entre elas a Companhia Cassino Antarctica e a trupe Teatro Novo. Integrou o elenco da Cia Zaparolli, ao lado de Manuel Pera, pai da atriz Marília Pera. No Rio, juntou-se a Cia Juvenal Fontes até se casar, em 1922, com Alfredo Viviani. Com o marido, participou da Cia Nair Alves e Sebastião Arruda, até o casal montar a própria companhia, a Companhia Lyson Gaster, onde o teatro de revista era o ponto forte. Os dois excursionaram pelo Brasil todo. Era a época de Dercy Gonçalves, Oscarito, Henriquieta Brieba, Zilka Salaberry e Mara Rúbia, entre outros. Lyson naturalizou-se brasileira nos anos 40 e deixou o teatro em 1950. Viviani foi contratado pela Rádio Nacional, onde permaneceu em atuação até 1963.

De Rachel de Queiroz, Procópio Ferreira a Mário Lago:

Em depoimentos recolhidos pelo piracicabano Waldemar Iglesias Fernandes, reunidos no livro Lyson Gaster - A Piracicabana que o Brasil Aplaudiu e Nunca Esqueceu, estão vários elogios à atriz. Da escritora Rachel de Queiroz: "pode-se considerar Lyson Gaster como uma das pioneiras do teatro ambulante ou mambembe". Da atriz Henriette Morineu: "Não somente na sua terra natal, como também no Brasil inteiro, o nome da grande Lyson Gaster não pode ser esquecido". Já a atriz Eva Todor disse sobre Lyson: "Ela fazia naquele tempo aquilo que hoje o Ministro da Educação está querendo que os artistas façam: descentralizar o teatro". Um dos grandes nomes do teatro brasileiro, Procópio Ferreira se referiu a ela como "uma pioneira" levou o teatro aos mais longínquos e inacessíveis rincões do solo brasileiros, o nosso Anchieta de saias. "Artista eclética, empolgando plateias, principalmente no interior, onde deixou luminoso rastro de sua passagem". O poeta, compositor e ator Mário Lago também elogiou: "Lyson Gaster e Viviani pertenceram a essa turma heroica que foi levando o teatro brasileiro pelo interior do país, permitindo que populações de cidades pequenas conhecessem o que se vinha fazendo nos grandes centros".

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Alexia Twister, Giovani Tosi, André Kyrmayr and Marcos Thadeus
Photo Divulgação / Sillas H

Serviço:
Pesquisa: Maria Eugenia de Domenico
Dramaturgia: Fábio Brandi Torres
Direção e figurinos: Carlos ABC
Produção e cenários: Marcos Thadeus
Direção musical: Tato Fischer

Elenco:
Bruno Parisoto, Felipe Calixto, Alexia Twister, Tiago Mateus, André Kirmayr, Marcos Thadeus, Giovani Tozi e Patrick Carvalho.

A música ao vivo fica por conta dos músicos Tato Fischer ao piano e Henrique Vasques no acordeom e cajón.

Lyson Gaster no Borogodó

Teatro Alfredo Mesquita - De 6 a 15 de dezembro.
Sextas e sábados às 21h e domingos às 20h.
Endereço: Av. Santos Dumont, 1770 - Santana. São Paulo - SP,
Telefone: (11) 2221-3657.

Capacidade - 198 lugares
Ingressos - R$ 10,00 e R$ 20,00
Duração: 1h30
Classificação: Livre
Gênero: Musical.

Teatro Itália - De 18 de janeiro a 15 de fevereiro de 2020.
Quintas a sábados às 21h e domingos às 19h.
Endereço: Av. Ipiranga, 344 - República.

Duração: 1h30
Classificação: Livre
Gênero: Musical
Ingressos - R$ 15,00 e R$ 30,00
Telefone: (11) 3120-6945


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